Tuesday, May 23, 2006

LAMBENDO LEPRA


O leproso de carnes carcomidas
Sente-se mal e quase desfalece;
Acaricia as pútridas feridas
Sempre lambendo a lepra que apodrece.

Lambe o sangue, lambe o pus, lambe as cascas
Das feridas, e a lepra sempre cresce;
O morfético enfrenta as suas vascas
Sempre lambendo a lepra que apodrece.

Mas oh! Que sina horrível! Que má-sorte!
De sua dor o pobre nunca esquece...
Espera calmamente a própria morte
Sempre lambendo a lepra que apodrece.

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