Monday, May 22, 2006

COMENDO TRABALHO DE MAGIA NEGRA


Eu andava nas ruas tão sozinho...
Realmente, eu não pensava em quase nada;
Até que eu encontrei na encruzilhada
Um tacho de macumba em meu caminho.

No tacho, uma farofa, um frango, um vinho
E sangue de galinha estrangulada;
Algumas velas pretas na beirada
E a imagem de um Exu, um diabinho.

Já era meia-noite, sexta-feira,
Em frente ao Cemitério da Ladeira,
Naquela encruzilhada pavorosa,

Chutei a vela e a horrorosa imagem
E devorei, com fome e com voragem,
A macumba nojenta, mas gostosa.

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