Monday, May 22, 2006

CHUPANDO FURÚNCULO



Esse amarelo líquido viscoso
Que sai do meu furúnculo com zelo
Passa a impressão de ser muito gostoso...
Ah, que vontade louca de bebê-lo!

E o verde e grosso líquido gosmento
Que também sai da pútrida ferida
Também parece ser tão suculento...
Eu quero desferir uma lambida!

Todo esse pus que sai aos borbotões
Do furúnculo podre que há em mim
Eu sorvo co’o furor dos furacões
Como se fosse um mórbido pudim.

Toda essa saborosa podridão
Que está em mim é linda e nunca seca;
Chupando o necrosado carnicão,
Prossigo deglutindo essa meleca.

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